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A Enfermagem do papel

Para começar, o título acima também pode ser substituído pela enfermagem da TI, a enfermagem do judiciário e outras mais. Mas vamos aos fatos deste artigo. Posso inferir que todo(a) enfermeiro(a) durante a faculdade ouviu falar de Florence Nightingale e suas ações em prol da modernização da enfermagem. E pela experiência no setor de saúde, também posso inferir que poucos(as) enfermeiros(as) ouviram falar ou estudaram Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna ou um jurista brasileiro famoso chamado Ruy Barbosa.
Por que escrevo isso? Porque no mundo moderno o enfermeiro não pode mais apenas ser “assistencial”. Não pode mais apenas cuidar, manter e salvar vidas com suas técnicas. Hoje o enfermeiro além de manter o que acabei de redigir tem que escrever, digitar, registrar, evoluir, anotar, se proteger e assim por diante.
Com a introdução da disseminação massiva e intensa de todo o tipo de informação real ou “fake” ao alcance de nossas mãos, os fatos se espalham com a velocidade da luz de nossos telefones celulares.
Assim se torna cada vez mais necessário o uso de precauções, quer seja no sentido jurídico, administrativo ou econômico. Hoje o enfermeiro tem que dividir seu tempo em fazer sua atividade fim e registrá-la com cautela, e às vezes muitos detalhes, no papel ou no teclado do computador.
Há no judiciário um aumento significativo de ações cíveis e até penais contra profissionais que por vezes assertivos na técnica, foram negligentes ou imprudentes nos registros, seja na anotação ou evolução de enfermagem.
E para piorar a situação, a tecnologia da informação exige a cada dia mais e mais “clicks”, mais campos a serem preenchidos, mais botões a serem apertados e assim vai. Quero neste ponto, deixar claro que não sou contra a tecnologia, muito pelo contrário. Tudo isso visa a segurança do paciente, do profissional e da instituição. O que quero dizer é que não dá para sobrecarregar o enfermeiro e não esperar uma fadiga.
Assim, é de vital importância que as organizações de saúde, faculdades e entidades de classe incentivem mais o ensino e treinamento da administração, da economia e do direito para que a atividade seja capacitada cada vez mais em técnicas de gestão. É necessário fornecer a este incrível profissional, ferramentas e métodos adequados. É imperioso, investir em mais profissionais, para que tenham tempo de preencher seus quilos de prontuários, seus megabites de informação, carimbar, assinar e é lógico cuidar do paciente.

Célio Luiz Banaszeski
Diretor Executivo Exacta Consultoria Empresarial
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