
Inteligência Emocional
Não adianta; o ser humano é um indivíduo social. Não somos produzidos por máquinas, quando crianças não nos alimentamos sem ajuda, não aprendemos a ler sozinhos, não podemos viver absolutamente sozinhos. Dependemos dos outros para tudo, para nascer e para morrer. Da confecção da roupa, ao alimento que ingerimos, a cessão da terra em que moramos, dá água encanada e de tantas outras coisas e serviços que, pelo menos por enquanto, são produzidas por outro ser humano. Aliás, hoje é difícil encontrar alguém isolado inclusive das mídias sociais. Você conhece alguém que não tenha Facebook, LinkedIn, Instagram, WhatsApp, etc. etc. etc.? Assim, dificilmente poderemos viver complemente isolados de tudo e de todos. Quer seja para sobreviver, quer no convívio familiar, social e no trabalho. É neste último caso que desejo escrever hoje.
Em meus quase 30 anos de trabalho percebi nesta longa viagem uma situação que merece nossa meditação e que poucas vezes é ensinada na escola, raras vezes na faculdade e quase nunca no trabalho. Aliás, no emprego essa situação é ensinada de dois modos: segregação ou demissão. Do que estou escrevendo? Sobre inteligência emocional (IE)!
Conceitualmente IE foi estabelecido pela primeira vez em 1990 por dois pesquisadores americanos: Peter Salovey e John D. Mayer quando publicaram na revista Imagination, Cognition and Personality (https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.2190/DUGG-P24E-52WK-6CDG) o Artigo “Emotional Intelligence. Nesta publicação a IE foi definida como: “subconjunto da inteligência social que envolve a capacidade de monitorar as próprias emoções (e a dos outros, e usar essa informação para guiar o pensamento e ações”. (Salovey, P.; Mayer, J., 1990)
E neste ponto que chamo muito a atenção! De que adianta você ser extremamente competente e inteligente se for “grosseiro(a)”, “emocionalmente instável”, não ter freios emocionais?
Quem na sua vida já não conviveu com esse tipo de indivíduo? Se for seu chefe traduzimos atualmente por “assédio moral”, se for seu subordinado, simplesmente o promovemos ao mercado de trabalho. Se seu colega, que convivência difícil. Muitas vezes a alta competência intelectual ou de produção aliada ao alto grau de imaturidade emocional causa mais danos e prejuízos no clima da empresa, que muitas optam por trocar por outro colaborador com mais equilíbrio. Pois, quem é que aguenta uma pessoa grosseira o dia todo, todo o dia? Imagine seu colega inteligente, mas insuportável? Como fica o clima no setor, na empresa, com os colegas?
Deste modo a Inteligência emocional é o conjunto de competências emocionais e principalmente sociais que influenciam como nos expressamos e mantemos as relações sociais. De que maneira lidamos com desafios, opiniões diferentes ou métodos de trabalho?
Os estudiosos recomendam algumas perguntas para você medir seu nível de Inteligência emocional:
- Como eu me vejo no trabalho?
- Como eu me mostro?
- De que forma eu interajo no ambiente de trabalho com superiores, pares e subordinados?
- Como uso as informações emocionais no trabalho?
- Como lido com opiniões contrárias?
- E principalmente como me comporto diante de uma frustração?
O que quero deixar claro neste artigo é que uma pessoa sem inteligência emocional pode provocar diversos eventos em cascata gerando incomodo nas relações de trabalho. Com o passar do tempo ocorrem outras situações de estresse e esse acúmulo vai se intensificar piorando o clima organizacional, a produção e minando a satisfação no trabalho. Basta você ver pessoas trocando de emprego pelo mesmo salário. Importante realizarmos uma análise crítica de como está nossa IE para não cometermos os erros acima. Como sugestão você deve:
- fortalecer sua autoestima;
- procurar ter empatia antes de realizar pré-julgamentos;
- controlar sua impulsividade e ansiedade;
- utilizar palavras que não agridam as pessoas ou as critique abertamente;
- procurar manter a calma durante os momentos de pressão;
- criar um sistema pessoal para extravasar sua ansiedade ou irritação, desde que não te prejudique ou prejudique outras pessoas.
Finalmente como diz um provérbio Árabe:
“Quem não compreende um olhar, tampouco entenderá uma longa explicação”.
Célio Luiz Banaszeski
Diretor Executivo Exacta Consultoria Empresarial
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