
Qualidade e o Brasil
Estava há muito tempo sem escrever no meu blog e me sentei no jardim da minha casa e fiquei pensando sobre o que escrever. A primeira coisa que me veio a mente foi: “…quando o Brasil vai ter qualidade?…”. Quando efetivamente vai olhar para a sua cultura e melhorar?
Confesso que ultimamente tenho a tentação de me desligar das mídias pois só vejo notícias, que somente com um medicamento para “não vomitar”, é possível ler os jornais. Gente é tanto absurdo que sinceramente e definitivamente o Brasil não é um país sério, embora tenha uma minoria, como você, caro leitor que não fica horas nas mídias sociais de cultura inútil.
Esta semana fiquei perplexo, que a transferência de um presidiário, julgado em três instância tenha tirado congressistas, que discutiam a proposta para o povo brasileiro, para baterem a porta do STF e milagrosamente conseguirem, após em tese (na área do direito sempre tem um a hermenêutica diferente) pular instâncias, pararem todos os demais processos e julgarem rapidamente esse caso. Pasmem, o presidente da câmara suspendeu um processo que afeta quase que todos os brasileiros para atender o pleito de uma pessoa já julgada e condenada. Por favor, antes de mais nada, não tenho a mínima paixão nem por esquerda e nem por direita. Meu partido se chama “Brasil com Qualidade”.
Mas vamos ao caso concreto e mais uma vez, não me interessa o nome do “dito cujo”, mas vamos analisar o caso sobre a ótica da gestão da qualidade. Se o tal presidiário é um perseguido político (por favor, reforço, não sou de direita e nem de esquerda), então as nossas Leis estão erradas! Se não estão erradas o nosso sistema judiciário está errado. Afinal três instâncias de juízes, desembargadores e ministros julgaram o caso errado? Se na hipótese de eles estarem errados, então com o perdão da expressão: “Estamos ferrados!!!”. Pois o que aconteceria então com a maioria de nós que não somos ”abençoados” com milionários advogados?
Ao olhar sobre o prisma da qualidade não consigo encontrar evidências de um processo que resulte num ciclo de melhoria, mas sim deveria ser uma “baita não conformidade”. Mas para se ter isso, nós temos que ter a conformidade. Conformidade de valores éticos em toda a sociedade brasileira.
Há uma exacerbação da crise de valores neste país e isso é refletido em muitas empresas. Fico aqui olhando a natureza, bela e formosa e percebo que nela há lógica, há processo, há controle, há ciclos e por que não dizer um certo valor ético na sua convivência com o ecossistema.
Ao olhar o noticiário percebo tantas inversões de valores que fica difícil acreditar que o Brasil tenha o “mínimo de valores” necessários para se construir um nação de primeiro mundo. Penso, já um tanto frustrado, mas não desistente, na impressão que dá, aquela frase de um famoso filme brasileiro: “Nunca serão!!!!”.
Mas nesta hora olho para a gestão da qualidade, pouco entendida (não sabem as técnicas), muito criticada (burocracia) e pouco valorizada (ausência de investimentos) e por incrível que pareça recupero meu ânimo e como um missionário idealista, grito. “Vou fazer a minha parte!!!!!”.
Fazer a minha parte significa procurar incentivar empresários a investir na gestão da qualidade. Investir em padronização de processos, na capacitação, no controle, nas fiscalização e na melhoria contínua de seus processos.
Como antes, e hoje vejo mais a necessidade das empresas não somente se preocuparem apenas com a gestão da qualidade de seus processos. Não ficarem presas a cumprir requisitos de manuais da qualidade, mas também terem responsabilidade social.
Há necessidade cada vez maior da gestão da qualidade estar presentes em todos os campos do conhecimento humano e principalmente no Brasil. Que lindo seria a gestão da qualidade aplicada aos políticos, aos governantes, aos magistrados, à imprensa ou no vendedor de pipoca da esquina.
Aliás, isso não seria chamado mais de gestão da qualidade, seria chamada de cultura de primeiro mundo!
Célio Luiz Banaszeski
Diretor Executivo Exacta Consultoria Empresarial
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