Quando a IA Bate à Porta e Encontra um Bando de Dados
Neste artigo, vamos falar com bom humor (e muita seriedade) sobre um problema comum nas empresas: a ilusão de que basta comprar um software ou implementar IA para modernizar a gestão. Quando os dados estão desorganizados, duplicados e espalhados por planilhas paralelas, o que temos não é um banco de dados — é um bando de dados. Descubra como mudar esse cenário com dicas práticas e transformar informação em inteligência real para sua empresa.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Célio Luiz Banaszeski
4/16/20252 min read


Imagine o cenário: a empresa investe pesado em um sistema de gestão hospitalar, jurídico ou empresarial, contrata consultoria de renome, treina a equipe, alinha tudo com o setor de TI e... três anos depois, todos voltam ao velho e conhecido Excel. Com planilhas nomeadas “versão_final_definitiva_abril_revisado_novo1.xlsx”.
Sim, isso ainda acontece — e muito.
Enquanto a inteligência artificial (IA) está pronta para transformar dados em informação de valor, o que ela encontra nas empresas é, muitas vezes, um verdadeiro bando de dados. E não estamos falando de um banco bem estruturado. Estamos falando de dados soltos, desorganizados, duplicados e, muitas vezes, invisíveis.
O problema: sistemas usados como pranchetas digitais
Grande parte das empresas ainda utiliza seus sistemas como meros fichários eletrônicos. Preenche-se o mínimo necessário para “dar baixa” nos processos, e o restante vai parar em grupos de WhatsApp, anotações pessoais ou planilhas paralelas. Resultado:
Dados perdidos
Retrabalho constante
Desmotivação da equipe
E uma IA faminta, sem o que digerir
IA não faz milagre: ela precisa de dados consistentes
A IA analisa padrões. Mas como ela vai funcionar com dados alimentados de forma inconsistente e sem padrão? Veja alguns exemplos:
Um paciente registrado como “João da Silva” em um setor e “João S.” em outro não será reconhecido como a mesma pessoa.
Um processo jurídico com datas divergentes entre sistemas internos e o tribunal cria confusão.
Um cliente com três CPFs e quatro versões do nome parece mais personagem de novela do que um cadastro confiável.
Soluções práticas para transformar o caos em inteligência
Vamos às dicas — com leveza, mas com seriedade:
1. Invista em alfabetização de dados (Data Literacy)
Mais do que treinar a equipe para usar o sistema, é preciso ensinar por que os dados importam. Mostre como uma informação bem registrada melhora decisões estratégicas.
📝 Dica prática: Promova encontros rápidos explicando como a IA depende da qualidade dos dados.
2. Crie padrões de registro e governança de dados
Defina como preencher, o que é obrigatório, como formatar nomes, se o CPF é sempre necessário, se e-mail é campo obrigatório... Padrão é a chave da organização.
3. Cuidado com o “sistema zumbi”
Sistemas que ninguém usa viram zumbis corporativos: estão lá, mas não servem para nada. Audite o uso, entenda os motivos do abandono e corrija.
4. Integre sistemas desde o início
Evite sistemas que não se conversam. Sempre que possível, centralize ou integre os dados. A IA adora quando tudo está conectado.
5. A liderança deve dar o exemplo
Se a liderança ignora o sistema e pede tudo por WhatsApp ou e-mail, a equipe seguirá o mesmo caminho. Cultura digital começa no topo.
Cultura de dados é o alicerce da transformação
Sem uma cultura de dados, mesmo o melhor software vai falhar. Investir milhões para depois voltar ao Excel é desperdiçar dinheiro, tempo e oportunidade.
Comece organizando seu banco de dados. Assim, você transforma informação em conhecimento, e conhecimento em decisões inteligentes. A IA vai agradecer — e o futuro da sua empresa também.